quinta-feira, 7 de abril de 2016

BORBOLETA COR DE MORANGO


ainda posso, ainda tenho o direito de escrever,
de mover a pedra do centro da máquina cabeça
resta-me uma placa, um continente sem nome,
um vulcão adormecido aparentemente;
olho para direita de meus ouvidos,
para a esquerda, para trás e para a frente,
para o inacabado dia
( um está vertido em águia, o outro,
em mil gramas de poeira )
nunca cessa o canto gemido da floresta
dos antigos sonhos de mover nos nossos braços asas
por todo o negro corpo,
por toda a aspereza do ventre da cigarra
despida de tudo,
a borboleta cor de morango se reinventa na flor 

( Edu Planchêz )

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