domingo, 27 de março de 2016

Ouvir é se alimentar


A boca da dor, cala em minha mulher,
em mim, em meu filho, em minha irmã...
na aveludada cozinha do sentimento,
no arroz, no feijão, nas cortinas perfumadas,
no sedento horizonte de nossa poderosa gula
O passo contado do olho vento...
o senegalês turbante que minha ama usa...
para pescar nas linhas da chuva...
Minha ama mais branca que a cor,
mais sonora que o som,
se alimenta com a música
Ouvir é se alimentar,
ela ouve, eu ouço...

( edu planchêz )

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