domingo, 13 de março de 2016

A chuva que lavou os olho de Garcia Lorca


( à ama Catarina Crystal)
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Brada Confucio:
"O cavalo alado é o símbolo dos pensamentos
que transcendem os limites do espaço e do tempo..."

E eu choro com medo de tudo,
viro e reviro oráculos,
tremo, penso em lamentar,
estourar as bolhas da lua,
os olhos dos lobos que me espreitam
de dentro de mim,
das minhas alucinações justas

E o homem chegou até esse dia,
a essa noite, e sente medo,
dos fantasmas de poeira,
da rainha sombra que ora em suas costas...
esse homem sou eu,
um ser temido por mim mesmo,
amado pelas correntezas do nobre
e do novo e do velho

Minha fé transcende os relampagos,
os loucos que edifiquei,
as mesmas canções da chuva,
a chuva que lavou os olho de Garcia Lorca
e os panos, as cortinas do teatro, das carroças
de Shakespeare e seus mulambos
Não, não estou na Grã Bretanha,
e estou na Grã Bretanha
de meu próprio inferno,
do carvão entorpecido por medo,
pela droga da serpente de vidro,
pelos pinceis de Rafael,
pelas letras de Gongora,
estou vivo
( edu planchez )

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