quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

El Rey de l' France Antartic


Nicolas Durand de Villegagnon,
el Rey de l' France Antartic,
nos permite andar de limosine
sobre os testiculos
de vossa literatura codimentada

Os monstros marinhos,
que nos seguiram desde Cabo Verde,
cá estão dividindo o mesmo bife,
as ventarolas do atiçado verão,
os lençóis que amarroto com meu amor

( edu planchez )

domingo, 14 de fevereiro de 2016

buraco do sol



seres estatísticas desfilam vestidos de pão adormecido
pela avenida dos que morreram e esqueceram de deitar,
e os que morreram e esqueceram de deitar,
morreram e esqueceram de deitar,
são mendigos de alma,
enterrados nas cinzas da televisão,
nos inúmeros canais de miragens poluídas,
na sonolencia da profissão canalha,
nos espantalhos que não tocam mais as árvores,
nos esqueletos que esqueceram o céu


nos vastos telhados já não se ve mais o espelho
que por milenios refletia as nuvens e as naves
vindas do outrora futuro

voce não quer que a ave de meus amores cante
nem no banheiro,
mas no entanto, a quer sob o julgo de tuas algemas,
de tua moral sem sabor,
de tua arrogancia desbotada

os seres estatisticas, vivem de joelhos
sobre os punhais do dinheiro da morte em vida,
e querem o mesmo destino para os que defecaram
essa caverna no buraco do sol

( edu planchez )

prometo lhe causar mais estragos



por todo estrago que lhe causo com minhas palavras,
prometo lhe causar mais estragos,
mais vocábulos horrentos zunirão 
por sobre tua cama,
sobre tua vida banal
de zeze de camargo e luciano

meu cotidiano de merda e o teu cotiano de merda,
se encontrarão para fabricarem bombas caseiras,
fétidas canções repletas de bundas,
amores infantis, mentes vazias
entupidas coca-cola

voce vai dormir no carnaval
e acordar na novela das nove,
no umbigo da burrice ecumenica,
no intervalo de um peido e outro

por todo estrago que lhe causo com minhas palavras,
prometo lhe causar mais estragos,
mais vocábulos horrentos zunirão
por sobre tua cama,
sobre tua vida banal
de paula fernandes e ivete sangalo

( edu planchez )

FODA


em nome da nossa foda,
de todas as fodas,
espremo a cabeça do pau,
a borboleta,
a massa azulada de nossas barrigas de fodas,
de nossas mentes guardiãs do ancestral
e do vindouro
eram os deuses astronautas,
relés viralatas
comparsas do clube da luta,
morcegos molhados,
centopeias largadas nas dobras da pele

( edu planchez )

ovelhas




ovelhas no pasto de Rahat, em Israel,
eu nas ramas de Jacarepaguá,
sentado a beira de minha cama
enquanto minha mulher dorme,
enquanto o que ainda não some observa
com os olhos que tenho, a espiga luminosa,
os sapatos de ouro, ferraduras
que estiveram em meus pés
no sonho que minha dona teve
noite passada


( edu planchez )

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

ave rosada cheia de línguas


ave rosada cheia de línguas,
os trovões de teu rosto
em mim respinga...
vos ofereço,
as labaredas de minha cauda,
as torneadas raízes,
minhas pernas...
o navio emergido
no semem e no sangue



 ( edu planchez )

vielas


poeta da porra, 
do vicio amaro da noite,
de ti, quero a tormenta,
o demonio esquartejado,
o chá de trombeta,
as vinte serpentes de saia

poeta du caralho, 
das arrombadas,
nojentas vielas,
das titanics baforadas,
maldita é a nossa passagem

( edu planchez )

A última


a última respiração, a derradeira batida,
o filme de todos os meus atos
que se passara,
em todos os meus dias e noites


( edu planchez )

cúmplice alada de meus botões de rosas cravos


ela busca na cor das coisas,
na nossa cor, uma espécie de algo,
mais que, menos que água
de sonho, de sono, de soja,
de armas vencidas

ela simples, cúmplice alada
de meus botões de rosas cravos,
de meus lábios de falastrão noite adentro

reza, ela deitada, no meu ombro
de ser primitivo,
de homem nenhum,
de quase ser quasar,
ou mais que nebusa

 ( edu planchez )

Luna de Aquarius



Depois que voce chegou,
cometi apenas dois poemas,
tres com esse,
tempo nenhum consigo
para rabiscar algo alem de voce
Teu ácido sulfúrico,
se entranhou no meu aguaceiro
Índigo Blue...
Tudo foi feito pelo sol...
pelas mãos do ocaso,
da filosofia que o mestre brada

Voce e Eu,
elos da Corrente serena,
da sorte de um amor tranquilo
com sabor de fruta...

Cazuza Gilberto Mutante
na trilha musica de nós
movidos pela luna de Aquarius.
Depois que voce chegou,
cometi apenas dois poemas,
tres com esse,
tempo nenhum consigo
para rabiscar algo alem de voce

( edu planchez )

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

PLENILÚNIO


é o plenilúnio, 
ela se põe em direta oposição ao sol, 
inicia-se o minguante, 

a última primeira fase,
o declínio...
o nascente apogeu
a arte de vingar todos brotos,
a lua mergulhada na tinta 


( edu planchez )