terça-feira, 24 de maio de 2016

não jogue fora

estou disposto a não te acompanhar mais,
deixei de ser uma pessoa importante para ti,
se vc não me quer mais, olha que tem quem queira,
e não é mulher feia;
sou um homem muito especial, poeta maravilhoso,
um homem que muitas mulheres desejariam ter
voce está me esnobando por pouco,
mudo fácil fácil de braços, voce que sabe,
ter ou não dinheiro, nada significa para muita gente
que sabe o que é ter alma e mãos de ouro de alto quilate
sou edu planchêz homem de extremo amor e carinho,
entre um bilhão há um homem como eu, isso se houver,
pablo neruda foi um deles, vinicius de moraes outro,
pense, ainda sou teu
voce é mulher de um dos maiores poetas
contemporaneos do mundo atual, vai deixar escapar?
voce tem muito boa sorte, não a jogue fora

domingo, 1 de maio de 2016

Ao amor


uma leitura errada, um gesto infeliz,
a visão distorcida 
que transforma o inocente em réu,
em impostor, em sombra medíocre,
em monstro incolor, 
em dejeto descartável

roda roda do olhar mágico,
da soberana mãe,
do que você diz que são apenas palavras,
afirmo que amo, que cuido,
que não deixo uma única célula 
tua sem minha bondade
maior artista do amor não encontrarás,
melhores mãos jamais tocarão tua cintura,
estou sangrando, 
sangrando por todas os lados,
por todas as mentiras que te contam 
a meu respeito,
pelos os que tentam roubar-te,
esconde-la de meus olhos simples,
mas você continuará insensível
acreditando que tudo que aqui desenho
não passam de palavras ocas...

( edu planchêz )

sua pele é o papel onde doravante escreverei meus poemas mais significativos



"Olhai como crescem os lírios do campo!
Não trabalham nem fiam. Pois Eu vos digo: 
Nem Salomão, em toda a sua magnificência,
se vestiu como qualquer deles."
Rosada textura,
sua pele é o papel 
onde doravante escreverei meus poemas
mais significativos,
meus desejos mais exuberantes, 
os desejos teus...
as argimentações estelares ancestrais
nos puseram frente à frente 
para a mais bela história de amor
vivido por dois simples mortais
sob o azul das gardênias noites, 
sob as ventiladas alvoradas,
sob o simples café das manhãs
Vida única, a minha e a dela,
das estações do ano,
das estações do sorriso:
eu à quero porque ela me quer,
eu à quero 
porque esse querer por mérito nos pertence
Rosada textura,
sua face, minha face,
nossos pés refletindo nossos próprios pés,
a inteligência de nossas águas,
a sequência das cenas por nós criadas
nas carnes das esfinges

 ( edu planchêz )

sobre os tons de nossa festa intimidade...


sobre os tons de nossa festa intimidade...
nas alamedas de meu homem,
nos contornos semem da tua mulher,
regresso em teu barco,
ao monumento mais que nosso
reino de lua e estrela venus,
de seta e aguilhão,
pátria das pedras pequenas,
dos olhares felinis
nos valha a sempre brisa 
da lampada mágica
nos alvoreceres de sister albarã

( edu planchêz )

o vasto tapete de ervas


"farol no fim do oceano, nos últimos dia da lei"
o que faço vem do que dói, 
do que se abre, do que se fecha,
de toda a arte, dos cadernos,
da plenitude que acho
sob os arames do que crio,
do que crias
a criação é a resposta,
a alma do cabelo,
os maciços muros,
a ponte e o camuflado bicho
bob marley é o presente desse agora,
o castelo de varetas,
o varume ducíssimo,
a música do pensar,
o vasto tapete de ervas

( edu planchêz )

onirico


ela, ele me chamou de vampiro,
um ente da noite,
um que só dorme diante do feitiço de átila,
do nobre nosferatu e sua gota de sangue,
de kaspar hausen 
e drácula e rimbaud na abissinia
do céo inferno da foda,
no cu do mundo, no cu das estrelas,
no meu onirico cu,
no seu cu subversivo utensilio
sigo a maldição 
de atochar letras escaldantes
nas cavernas de zaratustra, porra!
e armas feitas de ossos
nas quebras da nunca lógica

( edu planchêz )

o papel tudo aceita


o papel tudo aceita,
freadas de bosta, fedegosos gazes,
armas feitas de cimento e cola de sapato;
os que cheiram, e os que não cheiram...
marias e anas, antonios e veras
o papel nada rejeita,
tetas e abacates, declarações e desaforos,
vitimas e algoses
e esse mesmo papel,
nos serve para embrulhar o pão 
e limpar a bunda,
( segundo lord cigano )

 ( edu planchêz )

admirando catarina crystal blues


e o medo de estar pulsando no novo,
no quase morrer, no mais que morrer,
no nascimento renascimento
nas mesmas horas
que bibi ferreira dorme, durmo
e eu canto cada vez mais eterno,
mais primitivo, não mais que bibi,
não mais que fred mercory,
admirando catarina crystal blues

( edu planchêz )

a fumaça negra do medo foge


a fumaça negra do medo foge 
pelo vulcão do umbigo,
escalibu agora nos chama,
escalibu vive no sangue,
no fundo lago,
nos castelos das matas esquecidas,
na infancia, no intervalo
entre a criança e o velho


( edu planchêz )

POESIA BATATA


 ( parte um )
NEM ESCREVI NA VERDADE,
QUANDO CATARINA ME PEDIU TAL COISA,
ESCREVO AGORA, 
ENQUANTO ELA COME O QUE TEMOS PARA COMER
ELA FALA "ÁGUA COM BATATAS",
EU DIGO, "FEIJÕES COM ERVAS FINAS",
ENTÃO ELA FECHA OS OLHOS
MASTIGANDO A VERDE MÚSICA
BATATA BEM COZIDA...

( catarina crystal & edu planchêz )

quinta-feira, 7 de abril de 2016

"todo dia tem hora da sessão coruja"


edu planchêz,
poeta do partido pirata,
mola da vez, 
substância nos seios de meu amor
astucia antártica, os gelos se movem,
as mãos, num redemoinho asteca
( ordenha do que está perto ),
multiplicam-se no barro, na pele,
átrios curvilíneos...
e toda a literatura, nada,
troveja nas tocas,
no hálito que a sorte da areia
expõe aos que caminham por ela

( edu planchêz )

BORBOLETA COR DE MORANGO


ainda posso, ainda tenho o direito de escrever,
de mover a pedra do centro da máquina cabeça
resta-me uma placa, um continente sem nome,
um vulcão adormecido aparentemente;
olho para direita de meus ouvidos,
para a esquerda, para trás e para a frente,
para o inacabado dia
( um está vertido em águia, o outro,
em mil gramas de poeira )
nunca cessa o canto gemido da floresta
dos antigos sonhos de mover nos nossos braços asas
por todo o negro corpo,
por toda a aspereza do ventre da cigarra
despida de tudo,
a borboleta cor de morango se reinventa na flor 

( Edu Planchêz )

figuras


destruo ídolos, figuras de pano,
esqueletos de poeira, 
rastros, vultos trêmulos, 
idéias e pensamentos turvos


( edu planchêz )

PESSOAS PESSOAS


O homem é feito de pensamentos,
de elos pensamentos,
de cadeias de moléculas reflexivas,
de escamas que se colocam sobre escamas,
de ossos e mais ossos
Vou pendurando no ganchos das palavras
meus organismos,
as alegrias e as decepções,
mas não o nunca fazer,
o abaixar a cabeça,
o medo dos que se acham
Um dia meus ancestrais...
atravessaram o oceano
de sal e urina...
para trazerem as linhas
que formam minha pessoa,
meu filho e o filho de meu filho
Não haverá morte para mim,
nem para os que se arrastam
sobre o mundo das chamas
Não haverá morte
para os que provam as fatias do carvão
e as patas das sombras
E o que me negam,
o que fazer?
Longe estou da doença
da ostentação e da perene fama
Meus dias são montanhas,
ruas simples,
pessoas pessoas
( edu planchêz )

os"pretos"


segundo a voz dos "dementes",
os "pretos" nunca deveriam sair da senzala,
mas a maior de todas as senzalas, 
é a senzala espiritual,
a senzala apodrecida dos que desconhecem
a cor dos muitos ventos,
e mergulham na mortalidade das víboras,
no pecado de tudo querer para si

raça ariana de fezes,
claro que voces nos querem
esquartejados numa vala
tal que o fizeram com lorca,
assim são os que se acham coronéis,
filhos de algo superior

( edu planchêz )

palato


a voz manufatura o palato
para a canção
se aproximar do rasgo
que une o planeta ao crânio


( edu planchêz )

domingo, 3 de abril de 2016

um poço

a primeira, a segunda...a oitava...
regra do clube da luta: 
nunca falar do clube,
nunca romper o sono que separa uma palavra da outra,
nunca descer mais que cem metros abaixo
por dentro do que nunca penso,
do que nunca penso,
sei tudo e quase nada,
e penso,
e pensar é cavar nas barras
das canções que gesto
um poço
 

( edu planchêz )

vastos cardumes...

a foda da poesia, da minha poesia...
das carrancas dos herdeiros dos tacapes,
da cromagem que trago
argila na dança dos que se inclinam para o leste,
terra preta que se move no meu passo
o grande poeta aterrado em mim,
nas pencas dos olhos,
na noite em que não morro
enquanto ela tenta dormir
arjuna em tudo que vejo,
guerreiro sem vidraça,
maçã vermelho profundo
ela sabe onde despejo o céu,
o elixir, a espanha e lorca.
o artaud que imagino
em de trás dos montes e alto douro
na gávea do sábio capitão,
eu, sedento de redes,
de proas emergidas.
de vastos cardumes...

 ( edu planchêz )

segunda-feira, 28 de março de 2016

14h50


"o ciume lançou sua flecha preta"
e eu fico me corroendo,
arco que geme e se contorce 
atado a cama, ao precipício
que espécie de anjo
caminha com seus pés de fumaça
sobre as estacas do meu corpo
de víbora e sanhaço?
( edu planchêz )

domingo, 27 de março de 2016

Ouvir é se alimentar


A boca da dor, cala em minha mulher,
em mim, em meu filho, em minha irmã...
na aveludada cozinha do sentimento,
no arroz, no feijão, nas cortinas perfumadas,
no sedento horizonte de nossa poderosa gula
O passo contado do olho vento...
o senegalês turbante que minha ama usa...
para pescar nas linhas da chuva...
Minha ama mais branca que a cor,
mais sonora que o som,
se alimenta com a música
Ouvir é se alimentar,
ela ouve, eu ouço...

( edu planchêz )

pequenas


pequenas estrelas...
para ver minha beleza,
não é preciso abrir os olhos


( edu planchêz )

oficina


no "pano de guardar confete" deposito 
o montante do que andei sonhando,
do que quero, do que movimenta-me
 

( edu planchêz )

em construção IV



"um vale de mil ri quadrados..."
cabem no sentimento desse agora,
e dos outros agoras que virão
"o maha-mandara no céu
e a flor da cerejeira
no mundo humano 
são flores celebradas".
suas palavras se transformavam 
ora em chamas
para atormentar-me, 

ora em espadas que choviam 
do céu sobre mim"

( edu planchêz )

domingo, 13 de março de 2016

A chuva que lavou os olho de Garcia Lorca


( à ama Catarina Crystal)
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Brada Confucio:
"O cavalo alado é o símbolo dos pensamentos
que transcendem os limites do espaço e do tempo..."

E eu choro com medo de tudo,
viro e reviro oráculos,
tremo, penso em lamentar,
estourar as bolhas da lua,
os olhos dos lobos que me espreitam
de dentro de mim,
das minhas alucinações justas

E o homem chegou até esse dia,
a essa noite, e sente medo,
dos fantasmas de poeira,
da rainha sombra que ora em suas costas...
esse homem sou eu,
um ser temido por mim mesmo,
amado pelas correntezas do nobre
e do novo e do velho

Minha fé transcende os relampagos,
os loucos que edifiquei,
as mesmas canções da chuva,
a chuva que lavou os olho de Garcia Lorca
e os panos, as cortinas do teatro, das carroças
de Shakespeare e seus mulambos
Não, não estou na Grã Bretanha,
e estou na Grã Bretanha
de meu próprio inferno,
do carvão entorpecido por medo,
pela droga da serpente de vidro,
pelos pinceis de Rafael,
pelas letras de Gongora,
estou vivo
( edu planchez )

quarta-feira, 9 de março de 2016

TALCRYS


FOX LADY,
pela fartas ruas de Centauro,
tento ser mais poeta que Jimi Hedrix 
e nem poeta sou,
por mais que eu ache "palha"
a letra que o mestre da ardencia
elétrica fez para Foxy Lady,
quem sou para contestar?

Billie Holiday,
por amor ao clima,
ao nosso café de sempre,
a esperança de tuas vestes....
a arte de derreter-se...

( edu planchez )

o gelo que guardo nos pés e nos olhos


estou preparado para morrer...
passei a vida inteira me preparando 
para esse momento,
e me pego com medo, tremulo diante de tal possibilidade...
pergunto-me, 
nessa existencia já tenho a missão cumprida?

"eu não tenho medo da morte, tenho medo de morrer,
porque a morte já é depois, morrer ainda é aqui"

o rio de pincéis, a prisão de gelo,
o gelo que guardo nos pés
e nos olhos

 ( edu planchez )

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

El Rey de l' France Antartic


Nicolas Durand de Villegagnon,
el Rey de l' France Antartic,
nos permite andar de limosine
sobre os testiculos
de vossa literatura codimentada

Os monstros marinhos,
que nos seguiram desde Cabo Verde,
cá estão dividindo o mesmo bife,
as ventarolas do atiçado verão,
os lençóis que amarroto com meu amor

( edu planchez )

domingo, 14 de fevereiro de 2016

buraco do sol



seres estatísticas desfilam vestidos de pão adormecido
pela avenida dos que morreram e esqueceram de deitar,
e os que morreram e esqueceram de deitar,
morreram e esqueceram de deitar,
são mendigos de alma,
enterrados nas cinzas da televisão,
nos inúmeros canais de miragens poluídas,
na sonolencia da profissão canalha,
nos espantalhos que não tocam mais as árvores,
nos esqueletos que esqueceram o céu


nos vastos telhados já não se ve mais o espelho
que por milenios refletia as nuvens e as naves
vindas do outrora futuro

voce não quer que a ave de meus amores cante
nem no banheiro,
mas no entanto, a quer sob o julgo de tuas algemas,
de tua moral sem sabor,
de tua arrogancia desbotada

os seres estatisticas, vivem de joelhos
sobre os punhais do dinheiro da morte em vida,
e querem o mesmo destino para os que defecaram
essa caverna no buraco do sol

( edu planchez )

prometo lhe causar mais estragos



por todo estrago que lhe causo com minhas palavras,
prometo lhe causar mais estragos,
mais vocábulos horrentos zunirão 
por sobre tua cama,
sobre tua vida banal
de zeze de camargo e luciano

meu cotidiano de merda e o teu cotiano de merda,
se encontrarão para fabricarem bombas caseiras,
fétidas canções repletas de bundas,
amores infantis, mentes vazias
entupidas coca-cola

voce vai dormir no carnaval
e acordar na novela das nove,
no umbigo da burrice ecumenica,
no intervalo de um peido e outro

por todo estrago que lhe causo com minhas palavras,
prometo lhe causar mais estragos,
mais vocábulos horrentos zunirão
por sobre tua cama,
sobre tua vida banal
de paula fernandes e ivete sangalo

( edu planchez )

FODA


em nome da nossa foda,
de todas as fodas,
espremo a cabeça do pau,
a borboleta,
a massa azulada de nossas barrigas de fodas,
de nossas mentes guardiãs do ancestral
e do vindouro
eram os deuses astronautas,
relés viralatas
comparsas do clube da luta,
morcegos molhados,
centopeias largadas nas dobras da pele

( edu planchez )

ovelhas




ovelhas no pasto de Rahat, em Israel,
eu nas ramas de Jacarepaguá,
sentado a beira de minha cama
enquanto minha mulher dorme,
enquanto o que ainda não some observa
com os olhos que tenho, a espiga luminosa,
os sapatos de ouro, ferraduras
que estiveram em meus pés
no sonho que minha dona teve
noite passada


( edu planchez )

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

ave rosada cheia de línguas


ave rosada cheia de línguas,
os trovões de teu rosto
em mim respinga...
vos ofereço,
as labaredas de minha cauda,
as torneadas raízes,
minhas pernas...
o navio emergido
no semem e no sangue



 ( edu planchez )

vielas


poeta da porra, 
do vicio amaro da noite,
de ti, quero a tormenta,
o demonio esquartejado,
o chá de trombeta,
as vinte serpentes de saia

poeta du caralho, 
das arrombadas,
nojentas vielas,
das titanics baforadas,
maldita é a nossa passagem

( edu planchez )

A última


a última respiração, a derradeira batida,
o filme de todos os meus atos
que se passara,
em todos os meus dias e noites


( edu planchez )

cúmplice alada de meus botões de rosas cravos


ela busca na cor das coisas,
na nossa cor, uma espécie de algo,
mais que, menos que água
de sonho, de sono, de soja,
de armas vencidas

ela simples, cúmplice alada
de meus botões de rosas cravos,
de meus lábios de falastrão noite adentro

reza, ela deitada, no meu ombro
de ser primitivo,
de homem nenhum,
de quase ser quasar,
ou mais que nebusa

 ( edu planchez )

Luna de Aquarius



Depois que voce chegou,
cometi apenas dois poemas,
tres com esse,
tempo nenhum consigo
para rabiscar algo alem de voce
Teu ácido sulfúrico,
se entranhou no meu aguaceiro
Índigo Blue...
Tudo foi feito pelo sol...
pelas mãos do ocaso,
da filosofia que o mestre brada

Voce e Eu,
elos da Corrente serena,
da sorte de um amor tranquilo
com sabor de fruta...

Cazuza Gilberto Mutante
na trilha musica de nós
movidos pela luna de Aquarius.
Depois que voce chegou,
cometi apenas dois poemas,
tres com esse,
tempo nenhum consigo
para rabiscar algo alem de voce

( edu planchez )

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

PLENILÚNIO


é o plenilúnio, 
ela se põe em direta oposição ao sol, 
inicia-se o minguante, 

a última primeira fase,
o declínio...
o nascente apogeu
a arte de vingar todos brotos,
a lua mergulhada na tinta 


( edu planchez )

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Isso aqui não é um poema, é apenas a transcrição de algo que ora leio


Haverão geólogos em um futuro distante...
no futuro podem não reconhecer 
um computador fossilizado, 
mas perceberão que o contorno de seu teclado, 
por exemplo,
é muito diferente de uma concha ou osso fossilizado


Veneza, Xangai, Amsterdã ou mesmo o Rio de Janeiro
estão em locais da crosta terrestre que estão afundando
e deverão ser cobertas por sedimentos,
porções destas cidades serão fossilizadas no futuro
e farão parte do quebra-cabeça
que deixaremos para as gerações
de geólogos de um futuro distante

( Isso aqui não é um poema,
é apenas a transcrição de algo que ora leio )

Poucas pessoas imaginavam
que a Humanidade mudaria a face da Terra
de forma tão abrupta
que poderia ser considerada uma força
de transformação planetária equiparável ao meteoro
que dizimou os dinossauros 
há cerca de 66 milhões de anos

( Isso aqui não é um poema,
é apenas a transcrição de algo que ora leio )

Vivemos numa época
em que as pessoas afetaram tanto os processos geológicos da Terra,
em alguns casos de forma tão permanente,
que estamos criando um novo tipo de geologia,
um novo estrato com fósseis,
um padrão da química nas rochas 
e outras evidências do tipo

O impacto da Humanidade
é capaz de adiar em até 100 mil anos
o início da próxima Idade do Gelo
O último ciclo glacial acabou há 11,7 mil anos,
seria esperado um novo período de esfriamento
em algum momento no futuro,
mas as emissões de CO2 com a queima de petróleo,
carvão e gás estão levando 
a civilização a “pular” essa fase

as alterações radicais 
que a Humanidade fez na biosfera,
tanto com o extermínio 
de espécies de animais 
e plantas
numa velocidade só vista 

nas grandes extinções em massa do passado 
quanto com a sua redistribuição 
pela superfície da Terra,
as alterações que estamos fazendo
na distribuição das espécies de animais e plantas
no planeta é impressionante,
de uma forma muito mais abrangente e efetiva
da que qualquer outro processo geológico no passado

( Só me resta orar, me envergonhar e chorar,
e bater palmas para mim e meus semelhantes,
diante do espelho imensurável do absurdo )

 ( edu planchêz )
numa cama para escrevermos um livro de lábios
Diego El Khouri Van Gogh, 
rapaz, aqui sempre o teu irmão carente,
pensando em te mandar minha orelha de presente,
sei que não vai servir para nada,
misture ela a maconha, 
pode ser que aumente o diâmetro do raio da silibrina,
Bráulio Tavares torto da Paraíba,
assim chama a onda do nosso chá alucinante

muraquitã da aurora



semente a poesia, 
me dá o norte, a cabala da sorte momento,
o retrato vibrato do sax alto da natura respiração

releio as cartas dos meus órgãos 
com os olhos do talento,
somente os olhos do talento me devolvem a vida
que o turvamento coletivo subtrai

na panela do sentimento apanho o cálice
e a corda para amarrar a âncora,
o meu sentimento pai e mãe muraquitã da aurora

adentrando-me no adentrar, na chama líquida,
na corrente de teias, nas folhas de sangue,
no céu do que veio do vento fosco

( edu planchêz )

PÉS


saindo das nuvens do sono, seguro, 
ou quase seguro,
no caminho, na direção do meu outro dia,
do meu outro homem
o certo, é que piso em meus próprios pés,
acredito ser o lugar mais seguro de se pisar

( edu planchêz )

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

ela me orienta


du caralho, 
extrema rajada de leite no germe dela,
a arte, o cinema, a cama dos ventres uivantes,
a testosterona que grita,
a felicidade de fritar o alho e a cebola para ela,
para o feijão com arroz,
para o macarrão, para o frango com batatas
-----
eu a amo porque ela me ama,
me orienta por todas as setas da roda dos ventos,
da roda dos planetas lentos e rápidos,
ela me orienta
-----
a poesia da chama azulada,
da panela elétrica da gente mesmo,
reduz tudo a grãos,
a glóbulos olfativos


  ( edu planchêz )

um planeta humano...



I-
eu sou só, um vaca só se lambe toda,
eu me basto, fiquem longe de mim,
se possível há anos-luzes,
um planeta humano precisa e não precisa de outro planeta humano

os mendigos de amor são os piores,
os que de nada servem

se afaste, não ouse nem olhar para mim,
não ouse,
o que em mim pisca nem acende em você

esse poema é nulo,
nulo é o que sinto por você,
apagado, desvida

os espelho estão quebrados,
quebradas as pontes
que nunca nos ligam

não desejo, proíbo que qualquer ser
faça algum comentário
sobre o que expresso aqui

um planeta humano precisa e não precisa de outro planeta humano

II-
eu não sou só, uma vaca lambe a outra vaca,
eu não me basto, fique bem perto de mim,
há anos-luzes nas nossas narinas,
um planeta humano precisa e precisa de outro planeta humano

os ricos de amor são os melhores,
servem para tudo

mão se afaste, olhe para mim,
ouse,
o que em mim pisca acende em você

esse poema é brilhante,
brilhante é o que sinto por você,
aceso, vida

os espelhos encantados,
atam as pontes
que nunca se desligam

desejo, autorizo que se faça
muitos comentários
sobre o que é expresso aqui

um planeta humano precisa 
e precisa de outro planeta humano

 ( edu planchêz )